Jogos
e brincadeiras tradicionais: Um passeio pela história
A
grande parte dos jogos e brincadeiras tradicionais está desaparecendo do nosso
cotidiano por conta das transformações do ambiente urbano e pelas influências
das mídias contemporâneas, onde a ostentação ao luxo e consumismo desenfreado
de produtos acabados e de fácil manipulação vem retirando da criança o prazer
de descobrir, inventar, fazer e partilhar. Assim o artigo "Jogos e
brincadeiras tradicionais: um passeio pela história" da autora Elizabeth
Lannes Bernardes, trás uma pesquisa sobre a origem do universo lúdico das
crianças brasileiras. A autora estuda a imagem da criança indígena no Brasil,
no início da República, relatando que não havia separação entre o mundo adulto
e da criança, onde os meninos desde cedo brincavam de arco e flecha e
construíam outros arsenais guerreiros dos adultos, e seu divertimento era
imitar os gestos dos pais, caçando animais, aves, peixes, assim o preparando
para a vida adulta. E as meninas desde pequenas, ajudavam e acompanham suas
mães nas tarefas domésticas, como: cozinhar a mandioca, aipim, legumes, cuidar
dos irmãos menores, assim não obtinham muito tempo livre para o lúdico. Ainda afirma
que grande parte das brincadeiras da infância brasileira (cantigas de roda,
contos de príncipes, bruxas, rainhas, pipas, pião, amarelinhas,...) foram
trazidas pelos portugueses e sua cultura europeia. Assim Bernardes (s/d) relata
sobre algumas das primeiras brincadeiras, uma delas seria o "bodoque", instrumento de duas
cordas, separadas por dois pedaços de madeira, no meio eram trançados por uma
rede ou malha, que servia como arma pelas crianças para caçar borboletas,
pássaros, lagartixas e calangos. Outro brinquedo produzido pelas próprias
crianças é o estilingue, construído com madeira de laranjeira, goiabeira ou
jabuticabeira, utilizados para matar passarinhos e outros animais. O pião ou
pinhão também foi introduzido na cultura brasileira por intermédio dos
primeiros portugueses, como a pipa ou papagaio, trazidos pelos portugueses
também. Sabemos que as crianças brasileiras recebem influências culturais do
mundo todo, e as brincadeiras tradicionais estão sendo substituídas pela tela
da TV, vídeo game, computador, etc. reduzindo as experiências artesanais e
poéticas que havia antes, sendo necessário resgatar essa tradição para que não
existam apenas em contos.
Bernardes,
Elizabeth. Jogos e brincadeiras
tradicionais: um passeio pela história. s/d, Universidade Federal de
Uberlândia, p. 542-549. Disponível em: <www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/47ElizabethBernardes.pdf>.
Acesso em: 19 jan. 2016.
Acadêmica: Letícia de Amorim da Costa.