segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016



Jogos e brincadeiras tradicionais: Um passeio pela história
            A grande parte dos jogos e brincadeiras tradicionais está desaparecendo do nosso cotidiano por conta das transformações do ambiente urbano e pelas influências das mídias contemporâneas, onde a ostentação ao luxo e consumismo desenfreado de produtos acabados e de fácil manipulação vem retirando da criança o prazer de descobrir, inventar, fazer e partilhar. Assim o artigo "Jogos e brincadeiras tradicionais: um passeio pela história" da autora Elizabeth Lannes Bernardes, trás uma pesquisa sobre a origem do universo lúdico das crianças brasileiras. A autora estuda a imagem da criança indígena no Brasil, no início da República, relatando que não havia separação entre o mundo adulto e da criança, onde os meninos desde cedo brincavam de arco e flecha e construíam outros arsenais guerreiros dos adultos, e seu divertimento era imitar os gestos dos pais, caçando animais, aves, peixes, assim o preparando para a vida adulta. E as meninas desde pequenas, ajudavam e acompanham suas mães nas tarefas domésticas, como: cozinhar a mandioca, aipim, legumes, cuidar dos irmãos menores, assim não obtinham muito tempo livre para o lúdico. Ainda afirma que grande parte das brincadeiras da infância brasileira (cantigas de roda, contos de príncipes, bruxas, rainhas, pipas, pião, amarelinhas,...) foram trazidas pelos portugueses e sua cultura europeia. Assim Bernardes (s/d) relata sobre algumas das primeiras brincadeiras, uma delas seria o "bodoque", instrumento de duas cordas, separadas por dois pedaços de madeira, no meio eram trançados por uma rede ou malha, que servia como arma pelas crianças para caçar borboletas, pássaros, lagartixas e calangos. Outro brinquedo produzido pelas próprias crianças é o estilingue, construído com madeira de laranjeira, goiabeira ou jabuticabeira, utilizados para matar passarinhos e outros animais. O pião ou pinhão também foi introduzido na cultura brasileira por intermédio dos primeiros portugueses, como a pipa ou papagaio, trazidos pelos portugueses também. Sabemos que as crianças brasileiras recebem influências culturais do mundo todo, e as brincadeiras tradicionais estão sendo substituídas pela tela da TV, vídeo game, computador, etc. reduzindo as experiências artesanais e poéticas que havia antes, sendo necessário resgatar essa tradição para que não existam apenas em contos.

Bernardes, Elizabeth. Jogos e brincadeiras tradicionais: um passeio pela história. s/d, Universidade Federal de Uberlândia, p. 542-549. Disponível em: <www.faced.ufu.br/colubhe06/anais/arquivos/47ElizabethBernardes.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2016. 

Acadêmica: Letícia de Amorim da Costa. 
 

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